Creio que muitas de vocês vão estranhar um post deste tipo aqui pelo blog (ou não), mas o fato é que com quase 3 anos de blog, muita coisa mudou, inclusive eu, e é claro que essas mudanças iriam de alguma forma se refletir aqui no blog.

Atualmente o Tagarelando Moda é além de espaço para compartilhar dicas que eu acho relevantes e  claro, podermos conversar sobres as “futilidades” femininas de forma descontraída, tornou-se também de algum modo um “portal” de notícias, e espaço para reflexão.

      Reflexão sim, sobre temas que considero interessantes e de suma importância a sua abordagem. Diante de tudo o que nos cerca no mundo, preconceitos, estereótipos, falar sobre temas polêmicos que envolvem o universo feminino, é de algum modo para mim uma “libertação”, é poder expor minha opinião, defender causas em que acredito, enfim, contribuir de algum modo por um universo melhor.

E é exatamente com este objetivo que chego a reflexão do tema de hoje. Afinal, que imagem nos representa numa revista feita para o público feminino?

 

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      Deixa eu explicar para vocês como cheguei a essa pergunta. Mensalmente tiro alguns dias para checar e conferir algumas das principais revista do mundo voltadas para o público feminino, as mais consumidas e de certa forma respeitadas, digamos assim. Essa é uma das formas que utilizo para me informar sobre tendências, novidades de beleza e claro, aquirir ideias para as postagens do blog. E cada vez mais chego a conclusão de que todas aquelas revistas, não me representam. Não consigo me ver, em boa parte das pautas, que muitas vezes chegam a ser contraditórias, e até mesmo vergonhosas.

Como assim?

Respondam aqui quantas de vocês consomem bolsas no valor de 15 mil reais. Ou usam cosméticos que custam pouco mais de R$ 500,00.

Quantas aqui possuem um abdômen tanquinho, chapado e ficam em dúvida se vão passar o Ano Novo em Paris ou New York?? Seguem tendências de moda ao pé da letra?

 

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      Na última semana, me deparei com uma matéria completa numa revista, falando sobre a importância de nós mulheres nos aceitarmos como realmente somos, altas ou baixas, gordas ou magras, com ou sem estria, a matéria levou várias fotos e relatos mulheres famosas aqui do Brasil, incentivando a quebra de estereótipos e ditaduras da beleza.

O mais trágico nisto tudo (ou cômico, você escolhe) é que nesta mesma edição, a tal revista fez várias outras referências aos padrões de beleza quase inalcançáveis por muitas de nós. Além de colocar uma matéria de “como ser e usar o que a famosa tal usa”. Mas calma lá, o tema principal da Revista de novembro não era quebra de padrões de beleza e como se aceitar do jeito que é?

Então nós podemos nos aceitar como somos, mas caso não gostemos de como somos, podemos ser a Bruna Marquezine?

Olhei, li, reli toda a revista e pensei:

Onde está Laís aqui?

Eu não tenho nem R$ 100,00, o que dirá 15 mil, para pagar

numa bolsa.

Atualmente não viajo nem pro Estado aqui ao lado de

Pernambuco, pago R$ 50,00 num cosmético pra pele e não

R$500,00.

Não visto por dinheiro nenhum roupas com listras largas,

mesmo que seja “A tendência” do momento, não me vejo na

revista que tecnicamente foi feita para mim.

Mas sinto-me culpada. Sim, culpada. Você leu certo. Culpada porque revistas deste tipo, que são referência no meu público, só são aceitas e tão bem vendidas porque eu e mais da metade da população consome. Eu direta ou indiretamente a fiz chegar neste patamar. Eu escolhi consumir isto e não um material que está realmente preocupado com as minhas necessidades e de outras tantas milhares de mulheres.

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      Onde está a revista para o público feminino que dê dicas de moda e beleza para todas as classes sociais? Onde está a revista feminina que adere causas sociais e discute temas como aborto e cultura do estupro? Onde está a revista feminina que realmente me incentiva a ser eu?

Não vejo.  

O que tenho é um bloco de informações que só faz jus ao título deste post: Como não ser uma revista para o público feminino.

 

Escrito por

laisalves

Formada história, professora, modelista e agora blogueira.
Acompanhe minhas postagens sobre temas ligados ao
universo da moda e beleza.